A escolha perfeita
O 911 Dakar é o primeiro Porsche a participar do notório Rally dos Sertões.
O Rally dos Sertões não é novidade para a família Piotto Vogt. Com cinco participações anteriores, Fredy, Susele e o filho João Pedro são veteranos.
A viagem no 911 offroad, revezando-se ao volante entre o Dakar e a Mercedes AMG G63, foi bem mais longa que o percurso oficial em si. Para eles, a largada foi em Campo Largo, Paraná, sua cidade natal no sul do país. De lá, percorreram quase 1.200 quilômetros até Goiânia (GO), a sudoeste da capital federal Brasília, onde começou a corrida que percorreu 3.482 quilômetros na natureza selvagem do Brasil por oito dias.
Realizado anualmente no Brasil desde 1993, o Rally dos Sertões é uma aventura offroad considerada a corrida mais difícil da América do Sul. Entre os competidores, motos, quadriciclos, UTVs e carros. Na 33ª edição, realizada em 2025, um fato inédito: a presença de um 911 Dakar, o primeiro Porsche a marcar presença no evento.
Nesse ano, a família participou do Expedições Sertões. “Expedições” no Rally dos Sertões não são uma categoria de competição, mas um programa que permite a pessoas comuns vivenciar a aventura de forma paralela à prova oficial, acompanhando a corrida.
Versatilidade:
O Dakar atravessou obstáculos sem esforço, como rios.
Imponência:
Perto da araucária brasileira, o 911 Dakar parece quase uma miniatura. A árvore mede até 50 metros de altura, com mais de dois metros de diâmetro no tronco.O retorno após a chegada na Praia do Francês, em Marechal Deodoro, na costa de Alagoas, também foi no próprio carro numa viagem de três dias. Foram 7.440 quilômetros em duas semanas – pura paixão sobre quatro rodas. “No início, houve receios se um 911 estaria à altura do percurso”, admite Susele. “Mas essa preocupação ficou para trás logo que chegamos a um rio.”
Diante dessa travessia, aos poucos, outros participantes também freiam seus veículos. O receio toma conta de todos. Um guia propõe medir a profundidade da água primeiro. Para Susele, porém, a decisão já está tomada: ela acelera e cruza o rio com confiança. Na outra margem, a tensão dá lugar à surpresa: “Mas era só isso?”, comenta, com um largo sorriso no rosto.
“O Dakar também foi nosso hotel, junto com a Mercedes – dormimos nas barracas de teto, no meio da natureza. De ponta a ponta, foi uma experiência inesquecível.” Essa é a lembrança da família Piotto Vogt alguns meses depois, confirmando que ir com o Dakar foi a escolha certa.
A movimentação vibrante do rali contrasta com a placidez de Campo Largo, onde encontramos o casal com o filho João Pedro, o cão Trovão e a gata Tina. A pequena cidade próxima a Curitiba, que abriga casas tradicionais de madeira e florestas de araucárias, exala um charme típico. Logo se nota que a família divide a mesma predileção: na enorme garagem da ampla casa térrea, o 911 Dakar vê-se rodeado de uma Ferrari, uma G63, carros antigos, motos e UTVs.
Bem ao lado, um paraíso para colecionadores: centenas de relíquias automotivas, como capacetes de corrida, miniaturas de carros e pôsteres do Porsche Club. É pura devoção motorizada – que João Pedro também herdou desde cedo. Embora os pais sempre se alternem na direção, o jovem de 14 anos já tem planos claros: “Quando fizer 18 anos, vou assumir o volante”, diz, sorrindo, com olhar de expectativa para o 911.
Família Piotto Vogt
Susele e Fredy Piotto Vogt já tiveram 19 modelos Porsche. Com seu 911 Dakar, eles participaram em um programa especial do Rally dos Sertões deste ano no Brasil.A paixão por carros antecede o amor que uniu o casal. Fredy, de 56 anos, administra uma fábrica de implantes dentários e neurocirúrgicos. Na juventude, participava de provas de arrancada. Susele, de 49 anos, partilha do seu entusiasmo e hoje tem uma loja de material de construção. Sua história conjunta com Porsches começou antes mesmo do nascimento do filho. “Estávamos namorando um esportivo, mas descobrimos que Susele estava grávida. Então, a gente pensou: ‘É melhor comprar um SUV com DNA esportivo.’ Foi aí que escolhemos um Cayenne.”
Desde então, a variedade de modelos da família Piotto Vogt não para de crescer – foram mais de 19 veículos Porsche ao longo dos anos.
“Experimentamos o Cayman, Macan Turbo, Taycan Turbo S, Panamera E-Hybrid, 911 Turbo 50 anos, Carrera T, GT2 RS, 991 Speedster, GT4 RS, Cayenne Turbo GT, 718 Boxster 25 anos, entre outros – somos simplesmente uma família Porsche.” Nem todos os veículos permanecem na coleção – a cada nova aquisição, às vezes outro precisa sair. “É sofrido”, admite Fredy. “Como colecionador, gostaria muito de manter todos, mas cada novo modelo oferece uma experiência diferente.” O empresário se mostra especialmente impressionado com o Taycan: “Seu desempenho e a relação de potência imediata são enormes.” E o Panamera E-Hybrid foi uma virada tecnológica para ele: “Houve uma greve nacional de caminhoneiros e faltou gasolina, ele tinha acabado de chegar. Fiz 1.800 quilômetros com um tanque – uma experiência diferente.”
Para Susele, os Porsches também não são poupados da rotina. “Ando de 911 todo dia – é o meu carro para ir ao trabalho, ao mercado, levar o João ao colégio”, relata. Fredy acrescenta: “Compro carros para usar. Porque gosto da velocidade, do envolvimento, da experiência de ir trabalhar todo dia de Porsche.”
Determinação:
Ao volante do 911 Dakar, Susele Piotto Vogt dirigiu pela natureza selvagem do Brasil ao lado do marido Fredy.
Aventureiros:
Os Piotto Vogt participaram do programa “Expedições” do Rally dos Sertões – perfeito para o 911 Dakar.Harmonia e gostos em comum marcam a vida familiar dos Piotto Vogt. Apenas um aspecto distingue as preferências dos três: a música. “Meu pai sempre influenciou muito o meu gosto musical: AC/DC, Iron Maiden, Black Sabbath, Deep Purple”, resume João Pedro. “Minha mãe já prefere artistas brasileiros.” “Por isso vou sozinha no carro”, ri Susele.
O gosto pela aventura reforça a busca por novos e diferentes destinos. O primeiro passeio com o 911 Dakar foi à Praia do Cassino, no Rio Grande do Sul – a mais extensa do mundo, com 220 quilômetros – seguindo de lá para o Chuí, na fronteira com o Uruguai.
“São destinos fantásticos”, recomenda Fredy. A família viaja regularmente para os eventos do Porsche Club Brasil e track days; além de eventos como a corrida de 24 horas em Le Mans, na França, a Porsche Ice Experience, na Finlândia, e o 911 Camp, na Namíbia. “O carinho que a marca tem por nós faz a gente se sentir especial”, destaca Fredy.
A Porsche começou a vender carros esportivos no país em 1997. Em 2015, foi inaugurada a subsidiária Porsche Brasil. A operação cresceu rápido – e os Piotto Vogt fizeram parte desde o início dessa história.
Dados de consumo
718 Cayman GT4 RS
911 Carrera T
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10.9 – 10.5 l/100 km
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248 – 238 g/km
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G Class
911 Turbo 50 Years
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12.5 – 12.3 l/100 km
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283 – 278 g/km
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G Class
Macan Turbo Electric
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20.7 – 18.4 kWh/100 km
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0 g/km
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A Class
Taycan Turbo S
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20.0 – 17.8 kWh/100 km
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0 g/km
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A Class